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5 passos para superar a perda de um ente querido

Só quem já perdeu um ente querido sabe como é difícil passar pelo processo do luto. É uma fase que deve ser respeitada e entendida, sabendo que cada pessoa tem o seu próprio tempo para superar esta perda

5 passos para superar a perda de um ente querido
As fases do luto são um processo natural de quem perde alguém querido, porém vão além da morte. Estão relacionadas a qualquer situação que promova um forte desgosto emocional, podendo estar ligado também ao divórcio, à perda de um trabalho, a capacidades físicas, etc.

Luto para as ciências

Psicologia:

O luto na psicologia é uma reação natural e saudável à perda. Pode ser a perda de um ente querido, um emprego, um relacionamento, a saúde, ou qualquer coisa que tenha um significado profundo para a pessoa que está sofrendo, sendo um processo individual e pode durar um período de tempo variável, dependendo da pessoa e da natureza da perda.

Filosofia:

Na filosofia, o luto é frequentemente abordado em termos de experiência individual da existência humana e às reflexões sobre a finitude e angústias que a morte nos traz, notadamente na escola chamada existencialismo.

Antropologia:

A antropologia estuda como diferentes culturas ao redor do mundo lidam com o luto. Os rituais de luto variam de povo para povo e podem envolver cerimônias religiosas, práticas tradicionais, lamentos públicos e outras formas de expressão coletiva de dor.

Sociologia:

Os sociólogos estudam como as pessoas devem se comportar durante o período de luto, quem tem permissão para expressar seu luto, como e por quanto tempo.

Medicina:

A medicina entra no processo de luto quando ele escapa ao processo natural e as fases do luto não são superadas, transformando-se em depressão e incapacitações à vida cotidiana da pessoa.

Pontos em comum

As várias abordagens acerca da do luto têm em comum que a superação da perda é um processo que envolve etapas, conhecidas como fases do luto. Quem mais se debruçou em entender como as pessoas vivenciam o luto foi a psicologia e a adoção das fases do luto tornou-se comum em várias áreas, quase que um padrão de abordagem.

Entendendo as fases do luto

Para a psicologia, o luto pode ser dividido em 5 etapas, que são:

1 - Negação

2 - Raiva

3 - Negociação

4 - Depressão

5 - Aceitação

Negação:

A negação ocorre de forma imediata, quando entramos no luto, temos dificuldades em aceitar que aquele fato ocorreu.

Nega-se a todo custo que tenha ocorrido a perda, seja ele de qualquer origem. A negação pode se manifestar de várias maneiras, desde a recusa em acreditar que a pessoa faleceu até tentativas de evitar qualquer pensamento ou conversa sobre a perda.

As pessoas podem fingir que a pessoa falecida ainda está viva, agindo como se nada tivesse mudado. São comuns aqui sentimentos de tristeza, solidão ou revolta. A duração varia de pessoa a pessoa.

Se a negação persistir por um período prolongado e interferir significativamente na capacidade de uma pessoa de lidar com a perda, pode ser aconselhável buscar apoio terapêutico.

Raiva:

A fase da raiva é o segundo estágio nesse processo e é caracterizada por uma série de emoções intensas e conflitantes, com as seguintes características:

Intensidade das emoções: Durante a fase da raiva, a pessoa pode experimentar uma intensa sensação de raiva, frustração e injustiça em relação à perda.

Sensação de injustiça: A pessoa enlutada pode se sentir injustiçada pela perda e pode questionar por que isso aconteceu com ela ou com seu ente querido. Isso pode levar a uma sensação de revolta contra tudo e todos.

Conflito interno: A raiva muitas vezes é acompanhada de confusão e conflito interno. A pessoa pode sentir-se dividida entre emoções de amor e saudade pelo ente querido perdido e a raiva intensa que está sentindo.

Necessidade de culpar: Durante esta fase, a pessoa pode sentir uma forte necessidade de encontrar alguém ou algo para culpar pela perda. Isso pode ser uma forma de tentar dar sentido à tragédia e lidar com a sensação de impotência.

Aceitação gradual: A fase da raiva não é permanente. Com o tempo, à medida que a pessoa lida com suas emoções e processa a perda, a intensidade da raiva tende a diminuir. Isso pode dar lugar a outras emoções, como tristeza, aceitação e eventualmente um sentido de reconciliação.

Negociação:

Durante esta fase, a realidade da perda ganha realidade, torna-se mais consciente. Começa-se a reconhecer que a pessoa querida não vai voltar ou que a situação irreversível ocorreu. Algumas características da fase de negociação são:

Realidade da perda: aceitação gradual de que o passado não voltará, que o presente já não contempla o que foi perdido.

Forças superiores: Muitas vezes, a negociação na fase de luto envolve tentar fazer acordos ou negociações com Deus, o destino ou forças superiores. A pessoa pode prometer mudar seu comportamento, fazer boas ações ou sacrifícios em troca da reversão da perda.

Culpa e remorso: A negociação muitas vezes está relacionada a sentimentos de culpa e remorso. A pessoa pode se culpar por não ter feito o suficiente para evitar a perda ou por não ter apreciado o suficiente a pessoa enquanto ela estava viva.

Volta no tempo: fantasia-se uma realidade de voltar no tempo antes da perda ter ocorrido, com objetivo de escapar à dor.

Sentimentos conflitantes: A pessoa pode sentir raiva, tristeza, culpa e esperança simultaneamente, criando uma mistura complexa de emoções.

Depressão:

Trata-de uma das fases mais complexas, que envolvem as seguintes características:

Intensificação de sentimentos: intensifica-se o vazio e a sensação de perda vem acompanhada de mais tristeza e melancolia.

Isolamento: exaustão emocional que tira a energia para a interação com os outros.

Desamparo: a pessoa pode se questionar sobre como continuar a viver sem a presença da pessoa querida e pode sentir que a vida perdeu seu significado.

Culpa e remorso: a pessoa pode continuar a se culpar por coisas que fez ou deixou de fazer em relação à pessoa falecida.

Dificuldades no cotidiano: as tarefas diárias podem se tornar extremamente difíceis de realizar durante essa fase. A pessoa pode lutar para encontrar motivação ou interesse em atividades que costumavam ser agradáveis.

Transição para aceitação: com o tempo, a intensidade da depressão tende a diminuir à medida que a pessoa se move em direção à fase final do luto, a aceitação. Nessa fase, a pessoa começa a encontrar maneiras de viver com a perda e a integrá-la em sua vida de uma forma mais adaptativa.

Aceitação:

Período em que a pessoa é convencida que de fato, ocorreu uma perda e não há nada mais que possa ser feito para reverter a situação. A negação dá lugar a aceitação e a tristeza é substituída por uma saudade, porém, uma saudade mais consciente. A fase do luto da aceitação inclui:

Aceitação da realidade da perda: na fase de aceitação, a pessoa enlutada alcança uma compreensão mais profunda da realidade da perda. Ela não nega mais a perda, não tenta mais negociar para desfazê-la e não está mais imersa em sentimentos de raiva ou depressão.

Estabilidade emocional: a intensidade das emoções, como tristeza, raiva e culpa, tende a diminuir durante essa fase e não dominam o cotidiano do enlutado.

Aceitação da nova realidade: a pessoa aceita que a perda causou uma mudança permanente em sua vida. Ela reconhece que as coisas não podem voltar ao que eram antes

Integração da perda: começa-se a integrar a perda em sua história de vida e em sua identidade. Ela pode encontrar maneiras de honrar a memória da pessoa falecida ou da coisa perdida.

Propósito de vida: à medida que a perda é aceita, a vida volta a ter propósito.

Lembranças X realidade: viver o presente se torna o objetivo principal e a perda torna-se uma lembrança a ser homenageada ou aceita.

5 passos superar as fases do luto

1 - Vivencie a seu tempo as fases do luto

O primeiro passo é permitir-se viver as etapas da perda: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.

2 - Para de reviver o momento da perda

No início, quando ocorre oóbito de um ente querido, é muito comum reviver os momentos ao lado daquela pessoa, as recordações estão por todos os lugares. No começo é até aceitável, entretanto, com o passar do tempo, essa prática de relembrar os momentos vividos não é encarada de forma positiva. Quanto mais alimentamos as recordações, mais difícil se torna o recomeço. É importante ter momentos de recordações, inclusive, a nostalgia também pode ser positiva, desde que tenha limites. A partir do momento em que as lembranças passam a dominar a nossa mente, e tomar parte do nosso tempo, deixa de ser algo saudável e atrapalha no processo de superação do luto.

3 - Livre-se do sentimento de culpa

É um sentimento muito frequente. Quando ocorre um óbito, o familiar acaba se culpando, muitas acham que poderiam ter feito mais por aquela pessoa, se culpam por não terem dado a devida atenção e em casos extremos, o familiar, acaba se sentindo como responsável pela morte do ente querido. É necessário que a realidade seja encarada, a pessoa precisa aceitar que, independente do que se fez ou deixou de fazer, o tempo não volta. Uma forma de amenizar a dor, é dedicar parte do seu tempo a realizar obras sociais. A psicologia afirma que esse ato pode auxiliar no que se refere a culpa. Por mais que não dê para voltar ao passado e reconciliar algo com o ente querido falecido, ajudar quem precisa é uma forma de se recompor e dar um passo avante para a superação do luto.

4 - Compartilhe o que sente

É comum na fase do luto querer se isolar, isto é considerado normal até certo ponto, entretanto é importante observar quando o isolamento passa a ser algo frequente.

A melhor maneira de superar o luto de um ente querido é dialogar e expor o que sente, o que pensa em relação a perda.

Conversar sempre foi e sempre será um excelente remédio para curar as dores da alma. Não tenha medo de demonstrar sua tristeza em relação ao óbito, fale do que sente, dos seus medos, arrependimentos. De acordo com a médica especialista em cuidados paliativos Ana Cláudia Arantes o ato de conversar é libertador e faz com que que a dor do luto seja compartilhada.

5 - Dê tempo ao tempo

Esse também pode ser considerado um dos principais passos para a superação da morte de alguém. Como dito no inicio do artigo, não existe um tempo predeterminado quando o assunto é superar a dor do luto, cada um tem o tempo certo e este tempo deve ser respeitado.

Se tiver que chorar, chore, se tiver que ficar triste, fique, permita-se passar por este momento, sem cobranças e sobretudo, sem culpa. Com o tempo tudo passa, e passamos a encontrar formas para seguir com a nossa vida, e conciliar nossa rotina sem aquela pessoa. É importante entender que, todos nós passamos por momentos de perda, perdemos a nossa infância, a nossa adolescência, juventude para que possamos ganhar a vida adulta. As perdas nos marcam, deixam feridas em nossos corações e precisamos aprender como superar essas fases.

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